< lançamento & debate >
arquitectura e
« pessimismo »
sobre uma condição
política em arquitectura
pedro levi bismarck
Sergio
Fernandez
Carlos
Machado
Bernardo
Amaral
Inês Beleza
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24 de Outubro 2020 - 18h
Mala Voadora
(Porto, Rua do Almada, 277)
A progressiva integração da arquitectura nas estruturas político-económicas do neoliberalismo, acelerada pela crise da última década, teve impactos significativos na prática profissional e disciplinar. Ao colocar em causa os princípios e instituições do Estado social enquanto entidade mediadora e planeadora da «produção do espaço», substituindo-a pela mão invisível do mercado, o neoliberalismo pôs igualmente em crise os fundamentos políticos, éticos e disciplinares, de toda uma noção de projecto, que marcou decisivamente a experiência da arquitectura ao longo do século XX e cuja fórmula «desenho é desígnio» (Nuno Portas) é talvez a expressão mais completa e feliz. E se, por um lado, o neoliberalismo tornou obsoleto todo um campo de saber disciplinar intrinsecamente ligado ao desenho da cidade, por outro lado, ao expropriar da arquitectura a sua condição pública, isto é, precisamente, o seu desígnio, este não fez mais do que a tornar um objecto privado, ou melhor, um objecto privatizado.
Não
se trata, portanto, de uma coincidência a ascensão em força da expressão
«objecto arquitectónico» no actual discurso disciplinar. Ao reforçar a sua
autonomia formal e conceptual enquanto «entidade não-referencial» (Valerio
Olgiati), o objecto é a expressão formal da função privada que
a arquitectura desempenha na nova economia política neoliberal, mas também das
suas contradições face à contínua desqualificação da sua função social. As
exaltações em torno da «poética da forma» e dos «valores essenciais da
arquitectura» são apenas o sinal mais evidente de um discurso que procura
esconjurar tanto a absoluta tecnocratização da profissão como a irrelevância
social de um arquitecto (ora transformado em força de trabalho precária, ora em
empreendedor de si mesmo), para quem a arquitectura enquanto saber disciplinar
público sobre a cidade não passa de um desconfortável embaraço ou, simplesmente,
uma antiga relíquia exposta no cabinet de curiosités da
história da disciplina.
É
tendo como pano de fundo algumas das questões levantadas em «Arquitectura e
“pessimismo”» que se pretende abrir este debate. Ao convocar um conjunto de
arquitectos provenientes de diferentes quadros geracionais, procura-se cruzar e
contrapor formações, destinos e experiências históricas
distintas, relativamente à realidade actual e futura da arquitectura.
Stones against diamonds
Ex-curso . série b <1>
Janeiro 2020
ISSN 2184-5859
www.revistapunkto.com/stonesagainstdiamonds.html
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Apoio
Mala Voadora | OASRN
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Agradecimentos
João Paupério
Maria Rebelo
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Vídeo
Francisco Ascensão
Sofia F. Augusto