O Pacheco não sabe nada de arte.
O ideal de beleza do Pacheco é de Vénus
de Milo para baixo.
Mas o Pacheco JAMAIS viu um nu, ele nem
sabe o que é um nu.
Ele não se atreveria.
Tapem os pénis ao Pacheco! O Pacheco é
sagrado!
Ai as crianças! Pobres as crianças!
Protejam as criancinhas!
O Pacheco tem um horror a nus e tem um
ânus que é um horror,
jamais ele veria um nu, porque ele é tão
impoluto e virgem,
é tão liberal e democrata.
Viva o Pacheco! Viva!
Só sabe o que é a censura o Pacheco e só
o Pacheco sabe censurar.
Ele censura dizendo que ninguém sabe o
que é censura.
Mas ele, Pacheco, sabe tudo, e sabe
censurar,
sobretudo quando diz que sabe o que é a
censura.
O Pacheco não é um Mestre, nem um Sábio.
Ele é um Oráculo.
As suas palavras falam mais do que
aquilo que dizem.
E por isso o Pacheco é belo. É grande. É
Luz.
Viva o Pacheco! Viva!
O Pacheco é belo é nu.
O Pacheco nu é mais belo que a Vénus de
Milo.
VRRRRRR...BRUMMMM…XIXIXIXIXIX...CUCUCU.
O Pacheco não tem uma erecção, ele tem
uma erecção artística.
Queremos ver o Pacheco Nu. Já!
Queremos ver o Pacheco inteiro porque
ele é forte
e sabe o que é a censura e nós não.
Queremos ver o Pacheco a urinar na
cabeça de outro homem,
enquanto nos fala da história e da
social-democracia.
Social-democracia, já!
Queremos o Pacheco, sentir o Pacheco,
dormir com o Pacheco.
O Pacheco é a nossa Vénus.
Abaixo a Vénus de Willendorf
Viva a Vénus de Serralves! Viva a Vénus
Pacheco
Gorda, Linda, Deusa, Oráculo.
Morram os detractores do Pacheco!
Viva o Pacheco!
{ et al. }
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Petit bourgeoisie
2018