Se existe um sentido do real, deverá
também existir um sentido do possível
—
Robert Musil
Em
1994, partindo de um aforismo de Mies van der Rohe, Josep Quetglas advertia
para a necessidade de um novo ensaio sobre as formas do habitar, enquanto
reafirmava que a casa dos seus dias não existia ainda. Reconhecendo as
exigências ligadas às transformações dos modos de vida e as respectivas
consequências no desenho da casa, avisava que esta casa não poderia cumprir-se
a não ser através de um esforço capaz de “anular a vida fictícia – a vida
submetida à avaliação, ao julgamento do outro – assim como ao lugar da sua
representação.”[1]
1.
Josep Quetglas, "Habitar", in Circo,
n.º15, Madrid, 1994, p.8.
Hoje, a casa do
nosso tempo continua por inventar; fazemos parte de uma geração que vai
crescendo entre a superabundância do supérfluo e a penúria do necessário e cuja
emancipação só poderá passar por uma atordoante paragem no ser. Por esse
motivo, e tomando como ponto de partida uma das Ideias de Giorgio Agamben, propomo-nos através deste ensaio
hipotetizar sobre esse estímulo, procurando reencontrar os ritmos da realidade
para desvelar princípios possíveis para a fundação dessa casa: unidade
elementar para a produção do território (e) da cidade.
I.
Em “Ideia
da infância” [2] , o filósofo
enuncia a hipótese de um Homem cuja evolução não terá propriamente tido lugar a
partir de indivíduos adultos e da sua experiência, mas antes das suas crianças,
reconhecendo nessa possibilidade a chave de compreensão da transformação
humana. Segundo escreve, a imaturidade omnipotente desta criança – distraída,
ignorante e não especializada – ter-lhe-á permitido escapar à sua inscrição
genética, presa à perpétua repetição dos gestos dos seus antecessores,
transcendendo um destino específico e codificado. Ao reconstruir o mundo a partir
de si, tornando-se capaz de nomear as
coisas na sua língua, a criança ter-se-ia autorizado a estabelecer a distância
necessária de uma interacção predeterminada com as coisas, caminhando em
direcção à construção de um meio múltiplo e indeterminado. No fundo, ao
aprender a ler o mundo à sua volta, graças à linguagem, apenas a criança teria
sido capaz de se concentrar à escuta do
ser.
2. Giorgio Agamben, Ideia da Prosa [Idea della Prosa, 1985], Edições Cotovia, Lisboa, 1999.
Algures
dentro de nós, acrescenta, essa criança continua hoje o seu jogo. Na verdade, antes que chegue a
escola, as crianças, herdeiras dessa distração originária, conservam uma
aptidão notável para ler, para (se) apropriar, ou por outras palavras, para
(se) projectar (n)um espaço. O (re)conhecimento da sua habitação no mundo passa
inevitavelmente pelas inesgotáveis e inefáveis possibilidades permitidas pelo
jogo que operam com o seu meio, numa actividade poética cuja essência é, escreveu
Walter Benjamin, “não um fazer-de-conta-que,
mas um fazer-sempre-de-novo” [3] , numa verdadeira forma de autonomia.
3.
Walter
Benjamin, “O Brinquedo e o Jogo” [“Spielzeug und Spielen”, 1928], Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política,
Relógio d’Água, Lisboa, 2012, p. 147.
No
livro Homo Ludens, John Huizinga
sublinha algumas das características fundamentais do jogo que sintetizam o
nosso interesse pelo seu potencial: (1) o jogo não responde a interesses
materialistas nem a necessidades biológicas; (2) o jogo estabelece uma forma de
ordem; (3) o jogo representa uma forma de liberdade e, (4) o jogo ultrapassa a
vida ordinária, operando dentro de fronteiras espácio-temporais que lhe são
próprias [4].
Na verdade, ao convocarmos as virtudes da infância, enquanto
arquitectos, não o fazemos para o discutir de um ponto de vista estritamente
sociológico, sobre a sua natureza performativa ou didática enquanto tal. Fazêmo-lo
porque este subentende uma necessidade espacial para se produzir, um ambiente
simultaneamente livre e estruturado que disponha as condições nas quais
aquele-que-joga poderá praticar a sua criatividade espacial, provocando essa
paragem no ser.
4. Johan
Huizinga, Homo Ludens. A study of the
play-element in culture, Routledge & Kegan Paul, London, 1944, p.8-13.
II.
Se
essa criança existe, é porque existem os seus pais. Mas as mãos dos seus pais,
as mesmas que lhes permitiram fazer-se humanos e inventar a cidade, permanecem
ainda hoje amaldiçoadas pela sua servidão ao trabalho. Ou então, quando o
inacesso a este as acaba por libertar, deparam-se incapazes de alcançar até os
meios necessários para a sua subsistência, acabando presas a uma nova maldição
(acentuada pela depressão de não poder ser amaldiçoado). Nesse sentido, a
reflexão sobre o espaço do lúdico não se empreende aqui como forma de hedonismo
ou diletância, mas como modo de criticar e repensar os modos da nossa
existência utilitária, (re)imaginando a arquitectura possível para uma outra
forma de humanidade. A arquitectura para um homo
inutilis [5], capaz de
contradizer uma vida cansada pelo seu trabalho, devota ao consumo e consumida
pelo seu próprio espectáculo. Uma humanidade para quem o trabalho não será mais
uma forma de domínio ou de exploração, de virtude e de acumulação, mas de
participação voluntária e consciente na construção de um espaço feito por todos
e para todos, por um e para cada um.
5.
O
Homo Inutilis é o humano por-vir,
aquele que foi libertado do utilitarismo do trabalho, e que encontra nesse
tempo liberado a possibilidade de reencontrar a via da sua própria humanidade.
Neste sentido, inutilidade não se
entende por algo que não é útil mas, pelo contrário, que ultrapassando a sua
utilidade, se torna ainda mais fundamental.
Em
1932, Bertrand Russel desvelava já essa hipótese no elogio que tecera então ao
ócio [6] . O autor propunha uma comunidade onde
todos trabalhassem apenas quatro horas por dia, produzindo “os artigos de
primeira necessidade e as comodidades elementares da vida”, libertando o resto
do seu dia à vocação da sua singularidade.
Os seus habitantes não estariam limitados às funções prosaicas e maquinais que
lhes garantiam a sobrevivência, mas seriam capazes de as suplantar por via de
uma actividade poética, reestabelecendo controlo sobre o seu próprio tempo e
desenvolvendo qualidades próprias para participar numa produção comum do
espaço. Essa emancipação, no sentido
que lhe atribui Rancière, estabeleceria uma redistribuição do sensível
indispensável à igualdade de inteligências dos seus cidadãos, reestruturando as
relações entre (as capacidades de) ver e falar, pensar e fazer, ou por outras
palavras, reconciliando a vida activa
com a vida contemplativa.
Hoje, para lá da tomada de comando da mecanização, e em
pleno advento da automação e das inteligências artificiais, a verdade dessa
realidade parece-nos cada vez mais concretizável. O nosso exercício, enquanto
arquitectos, passará então por imaginar a casa
dessa comunidade, isto é, fazê-la existir;
e para tal, tomaremos como referência duas casas que, dispondo da não-latência
que caracteriza essa infância, estabelecem uma geografia deliberadamente inútil, uma disposição de lugares onde
os seus habitantes podem estar-sós e estar-juntos, improvisar, mover-se, sentir
e pensar sem constrangimentos.
É o
caso da casa Latapie, projectada pelo atelier de Anne Lacaton e Jean-Phillipe
Vassal em 1992. A dupla de arquitectos foi abordada por um casal habituado a
viajar pelo sul de Espanha, transportando consigo o essencial compactado numa
caravana, e instalando uma mesa diante do mar para construir da paisagem a sua casa.
[7]
Conscientes da potência dessa experiência estética, Lacaton e Vassal
reproduziram a simplicidade desse dispositivo dialógico nos subúrbios de
Bordeaux. De um lado, evocando a utilidade da caravana, uma machine à habiter que, seja devido às
suas infraestruturas, à materialidade doméstica ou à compartimentação dos seus
quartos, guarda consigo a utilidade de uma casa convencional. Do outro, a
abstracção de uma estufa que evoca a amigabilidade do mar, uma boîte à miracles que dobra a superfície
da casa para dar espaço à inutilidade.
7. Jean-Phillipe Vassal,
“Everyday pleasures – a conversation with Anne Lacaton and Jean Philippe Vassal”,
El Croquis, nº 177/178, Madrid : El
Croquis Editorial, 2015, p. 17.
Para além de permitir aos seus habitantes controlar o
clima da casa, este outro espaço
dilui a formalidade de uma sala-de-estar tradicional, caracterizando-se pela
resiliência à multiplicidade de eventos-em-movimento que potencia: isto é, não
apenas ao jardim exótico ideado pelos arquitectos, mas à expectativa de um
encontro festivo ou conspirativo entre amigos, de um jogo de crianças
improvisado, da pintura de um quadro, ou da brisa de verão que convida a
contemplar as plantas e a ler um livro. Uma heterotopia, para tomar um termo de
Foucault, – à vez próxima e longínqua, aberta e impenetrável – que anima na
casa situações inesperadas, distanciando-a do contexto forçado em que se
instala.
Assim, sem pretensões formalistas e despida de
formalidades, a casa incita uma habitação mais intensa por parte dos seus
habitantes. Contrariamente à lógica imobiliária da casa-comodidade, onde os compartimentos são amplificados para dar
espaço ao impulso consumista e à mise-en-scène
da sua representatividade, nesta casa-instrumento,
a autonomia do jogo é o que dá sentido à sua generosidade. O orçamento apertado
não se impõe como obstáculo à Arquitecura, mas antes como pretexto para a sua
emancipação face aos constrangimentos que a economia produz nos elementos da
sua arquitectura. Fabrica-se espaço na justeza do gesto: reduzido ao essencial,
mas nunca ao utilitário. E, finalmente, a pobreza dos seus materiais – escolhidos
pelo potencial poético do seu valor de uso –, o pragmatismo das formas e a
simplicidade das técnicas construtivas operam enquanto estímulo para uma
apropriação mais livre.
Anne Lacaton & Jean-Phillipe Vassal construíram dessa
forma o protótipo de uma arquitectura pensada para se multiplicar e reorganizar
em formas de habitação colectiva; um outro
modo de fazer-cidade, alternativo a um urbanismo que perdeu a sua capacidade de
planear face à liquidez e à (des)ordens do capitalismo global, partindo da
transformação – tão frugal quanto radical – que surge ao acrescentar uma camada
ao existente, e ao desvelar a verdade que existe na inutilidade destes novos
espaços. Na hospitalidade que existe não só na opacidade, mas na translucidez e
na transparência dos seus limites; na simultânea continuação e autonomia da
cidade, ou por outras palavras, na abertura e na margem de manobra feitas
possíveis numa casa feita de umbrais.
Décadas
antes, Rudolph e Pauline Schindler materializaram, na(s) casa(s) que
projectaram para viver com a família Chace, uma redistribuição do sensível
igualmente sinalizadora de possíveis formas de habitar para esse homem inútil. Num manifesto circular
entre o próprio e o comum, o casal utilizou o seu desenho para reformular os
mecanismos debilitantes da estrutura familiar tradicional, substituindo a sua
hierarquia patriarcal por uma apropriação do espaço radicalmente igualitária. Contrariamente
ao funcionalismo positivista que pautava a sua época, Schindler arrumou as
utilidades indispensáveis ao quotidiano em núcleos partilhados pelos seus
habitantes, libertando o resto da parcela para uma enfilade de quartos, interiores e exteriores, de atmosferas
múltiplas e carácter preciso, mas sem função determinada. O leitmotiv do projecto passaria pela
construção de quatro células equivalentes: uma para cada adulto, onde estes
pudessem expressar, no exercício do corpo e da mente, no desenvolvimento
autónomo dos seus hábitos e interesses, uma presença própria no tempo e no
espaço. Estúdios onde se procurava contornar a separação entre ócio e trabalho,
onde a vida doméstica se poderia confundir com a vida oficinal [8], desenvolvendo-se o afecto pelo mundo e a dedicação
para o saber, para que dessa intersecção resultasse o que há de singular em
cada habitante.
8.
Pauline
Schindler era compositora de música, Rudolph Schindler arquitecto, Clyde Chace
era pintor e Marian Chace ceramista.
Isto não equivalerá a insinuar que cada habitante vivesse
em retiro, numa forma de ermitério. Pelo contrário, a disposição em gancho dos
volumes dos quartos delimitava espaços exteriores de convívio, para os quais
esta espécie de abrigos (quase primitivos) se abririam à distância de um passo.
Pontos de encontro e actividades em conjunto, não só entre os seus habitantes,
como com os seus convidados. Na verdade, com o passar do tempo, para lá da vida
pessoal e familiar, a casa tornou-se um centro para a cultura local, para
concertos e leituras, festas e performances, e, inclusive, para encontros
políticos. Simultaneamente centrípeto e centrifugo, o seu espaço ir-se-ia
reconstruindo na reconfiguração das suas fronteiras;
na dissolução dos muros entre a
esfera do privado e a esfera do público; na substituição destes por pontes entre a escala do singular e a
escala do comum.
III.
Actualmente, não existe ainda essa comunidade. Existe, no
entanto, a possibilidade de um outro modo de se relacionar com o mundo e de
fazer do mundo (a partir d)a nossa casa. Para lá dos quartos mínimos, cujo
único propósito pareça ser o de restaurar a produtividade do trabalhador para o
dia seguinte, ou das salas que se organizam em torno da televisão,
transformando o trabalhador em consumidor, para que este se deixe enfeitiçar.
A home is not a house, declarou Reyner
Banham, insinuando que se nos limitarmos a (cor)responder ao já conhecido, não
poderemos expressar outra coisa senão aquilo que já conhecemos. Não bastará
abrir e circunscrever espaço e esperar que “ele tenha uma auto-animação
espontânea, como se ele fosse garantir uma prática da liberdade por decreto. É
preciso, na materialidade de um lugar, o influxo de um gesto de convocação, de
uma disposição favorável às aberturas e trocas feitas corpo, olhar e gesto: é
preciso que nele algo convoque à vinda, algo que se enuncie e anuncie sem
ordenar, uma visibilidade que não
ofusque” [9], permitindo
reconstruções múltiplas e subjectivas dos seus sentidos.
9.
Rodrigo
Silva, “Elegia do comum”, A República por
Vir: Arte, Política e Pensamento para o Século XXI, Fundação Calouste
Gulbenkian, Lisboa, 2011, p.25.
No fundo, o que estas casas que acabamos de descrever têm
em comum é o sentido emancipatório do seu inacabamento,
o apelo de uma outra partilha do sensível,
incentivada pela inutilidade e pela abertura des-programada das suas formas.
Convirá, no entanto, compreender que este inacabamento
nada tem que ver com a incompletude que
materializa a escassez provocada pelo zeitgeist
neoliberal da nossa época, e mascarada pela flexibilidade economicista de
obras como a Quinta Monroy, do estúdio Elemental, que fazem dos seus habitantes
pequenos empreendedores-de-si-mesmos e construtores a crédito do seu próprio
investimento.
Pelo contrário, os lugares destas casas – os seus chãos, os
seus muros e os seus tectos – estão completos do ponto de vista arquitectónico.
Estão inacabadas no sentido em que exploram a potência da sua habitação para escapar às estruturas domésticas
estabelecidas, isto é, à perpétua reprodução dos meios e dos modos de produção
do espaço, assim como às respectivas condições sociais, políticas, culturais,
económicas e ecológicas que esses implicam. Estão inacabadas no sentido em que armam-se da autonomia artística do projecto para recortar um
vazio no sistema ideológico dominante em que se instalam, de tal forma que, tal
qual Bartleby, os seus habitantes possam preferir
não se conformar.
Se a
partilha do sensível, para recuperar
a formulação de Rancière, consiste no sistema de evidências sensíveis que
desvela, em simultâneo, a existência de um espaço comum e dos recortes que (e
como) definem os lugares partilhados e as suas partes exclusivas – “o visível e
o invisível, a palavra e o ruído que determinam à vez o lugar e a questão da
política como experiência”[10] –, então o que estas casas propõem é
precisamente uma reorganização da repartição do espaço e do tempo, do trabalho
e do ócio, capaz de reconfigurar a paisagem do perceptível e do pensável.
Modificando desse modo o território do possível, a distribuição das capacidades
e das incapacidades de cada um para participar na construção de uma casa-mundo,
que pertença a todos nós.
10.
Jacques
Rancière, Le partage du sensible:
esthétique et politique, La fabrique, Paris, 2000, p.12-14.
Finalmente, estas casas servem-nos enquanto referências
para uma mudança de paradigma: marcos de um outro futuro possível, sinais de
uma revolução estética que antecede,
timidamente, uma revolução social. Da
casa não como bastião da propriedade privada, mas enquanto ponto de partida
para novas formas de comunidade; ou, para concluir com palavras de Quetglas, da
casa que, desaparecida como instituição, enquanto lugar oposto aos outros
lugares – na medida em que o ócio deixará de ser a aparente oposição do
trabalho, e o privado deixará de ser a aparente oposição do colectivo – estará
então por todo o lado. Transpondo os seus valores para o resto da cidade, como
fez Lina ao fazer de uma fábrica um ‘centro de lazer’, em Pompéia.
É
que “este apelo da humanidade em relação ao soma
infantil tem um nome: o pensamento, ou seja, a política” [11]; e a Arquitectura, enquanto dispositivo que
enquadra o seu espaço, capaz de capturar, interceptar, estimular e animar os
gestos, os comportamentos e os discursos, poderá desenrolar um papel central na
transformação desse fazer-de-conta-que instalado no fazer-sempre-de-novo inconformado.
11.
Giorgio
AGAMBEN, Ideia da Prosa, op.cit, p.95.
≡
Nota de edição
Este
texto é versão traduzida e revista de um ensaio originalmente escrito e
publicado para o número #13 da revista Lieux
Dits (Bélgica), em Janeiro de 2018.
Imagens
1- Manoel
de Oliveira, Aniki Bóbó, 1942.
2-
Casa Latapie, Floirac, Lacaton & Vassal,1992.
3- Casa Schindler-Chace, Los Angeles, Rudolph
& Pauline Schindler, 1922.
4- SESC
Pompeia, Lina Bo Bardi, São Paulo, 1977-86.
João Paupério e Maria Rebelo
Arquitectos
pela FAUP, estudam, escrevem e projectam em conjunto. Desde 2014, colaboram com
o atelier Baukunst, em Bruxelas. Em 2015, co-fundaram (com Jorge Correia) o
projecto editorial (Com)posições,
levando a cabo uma série de entrevistas que permanecem até hoje inéditas. Desde
Setembro de 2017, João Paupério é assistente convidado do atelier de diploma Moving Territories, na Université Catholique de Louvain.
Ficha Técnica
Data de publicação: 09.05.2018
Etiqueta: Arquitecturas \ Espaços