Dizer e pensar uma vida para além do que o colonialismo de ocupação fez • Samera Esmeir



A Terra fecha-se sobre os palestinos em Gaza. No momento em que escrevo estas linhas, Israel continua a bombardear mais de 2 milhões de palestinos, refugiados e descendentes de refugiados confinados a uma Faixa de Gaza sitiada, um território com apenas 365 km2. Mais de 300 mil soldados israelenses preparam-se para levar a cabo uma invasão terrestre. Israel também ordenou a 1,1 milhões de palestinos que se deslocassem de norte para sul da Faixa de Gaza, e estão em curso esforços diplomáticos internacionais para expulsar os palestinos de Gaza para fora da Palestina — ou seja, para fazer uma limpeza étnica de Gaza. Entretanto, intensifica-se a destruição pelo ar: devastação, destroços, corpos soterrados sob os escombros e por cima deles. Não há para onde fugir. A faixa é demasiado pequena, encontra-se absolutamente devastada, é já inabitável.

Antecipando a sua morte, alguns palestinos de Gaza publicam os seus pedidos de perdão, para o caso de terem feito mal a alguém. Se pensávamos que existia um limite empírico para a destruição israelense de Gaza, constrangimentos estratégico-militares, podemos agora ver que esse marco não existe. Quando lemos «ordenei um cerco total à Faixa de Gaza. Não haverá electricidade, nem comida, nem combustível. Tudo está fechado. Estamos a lutar contra animais humanos e agimos em conformidade», não estamos a receber as palavras de um ministro israelense que se refere a uma estratégia militar em resposta a uma qualquer situação concreta. Pelo contrário, escutamos a voz de uma colónia de ocupação (settler colony) que reafirma o seu domínio sobre o território, que declara a sua supremacia sobre a população palestina indígena. Estamos na presença de um conquistador que recusa a revolta dos conquistados, exigindo-lhes uma declaração de derrota. Estamos na presença de um desejo de erradicar os palestinos, senão da terra, então da política da terra. Estamos na presença de uma campanha que tenta destruir o que escapou à destruição durante e após as anteriores rondas de conquista e devastação, rondas que remontam a 1948. Estamos na presença de um desejo colonialista de obliterar o nativo.

Os índices de obliteração aparecem primeiro na linguagem. Assim, os Estados civilizados e as organizações internacionais, os liberais e os conservadores, os reitores das universidades americanas e os seus doadores, todos eles se alinharam para participar neste discurso. A sua ordem colonial é clara: não contém uma única referência dignificante aos palestinos. Não se trata de um acaso. Antes de poderem ser obliterados, os palestinos têm primeiro de ser transformados discursivamente em monstros bárbaros. Este discurso não pretende apenas criminalizar o Hamas pelas suas acções. Para tal, já dispomos do imaginário jurídico dos crimes de guerra, da acção penal, da punição individual. Em vez disto, este discurso colonial internacional afecta algo muito mais abrangente do que o permitido pelo imaginário jurídico. Condena o próprio ser dos palestinos, a sua própria existência. Esta ordem de discurso, que o Ocidente (entendido não como conjunto de Estados, ou enquanto território, mas antes como projecto moral que continua a universalizar-se violentamente) já elaborou sobre outros povos colonizados e escravizados, considera os palestinos inerentemente culpáveis. Esta ordem de discurso transforma-os num inimigo universal, opositor que é preciso esmagar, e não conceber como objecto de negociação política. Na medida em que este discurso, mantido e imposto pelos Estados civilizados, bem como pelos meios de comunicação social liberais, gera a ausência de mundo dos palestinos, o seu efeito é genocida. Sabemos por outras histórias que a linguagem que constrói a distinção entre o civilizado e o bárbaro é uma linguagem de extermínio.

A construção ocidental da falta de mundo dos palestinos é generalizada. Embora abundem os catálogos dos horrores provocados pelo Hamas, não existem registos semelhantes em relação às acções israelenses. Isto não se deve ao facto de a destruição diária, rotineira e estrutural do Estado colonizador de ocupação ser impossível de enumerar e catalogar. É porque a reacção emocional do Ocidente liberal só consegue invocar o horror perante atrocidades muito particulares. O bloqueio continuado da população palestina cativa não causa consternação. Os bombardeamentos, repetidos não causam tristeza. O cerco não suscita qualquer reflexão ética. A violência militar e dos colonos, necessária para manter a ocupação na Cisjordânia, não suscita qualquer preocupação. O que explica esta indiferença perante o sofrimento do indígena colonizado e o horror perante a dor do colonizador? Por que razão os sentidos se distribuem de forma tão desigual? Será apenas uma questão de dois pesos e duas medidas? O que explica, então, a sua esmagadora consistência? Em que medida gera esta disparidade radical obstáculos à luta palestina? Será que muitos dos que estão fora de Israel desejam secretamente que a resistência palestina desapareça, para que as chamadas tragédias possam ser evitadas, a «confusão» possa ser resolvida e a ordem internacional colonial restaurada? E, além disso, esse desaparecimento desejado não reforçaria apenas a gramática da obliteração?

São várias as respostas possíveis para tais interrogações. Uma delas remete-nos para a guerra de 1967, quando a vitória de Israel sobre os exércitos árabes e a ocupação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza foram recebidas, dentro e fora de Israel, como acontecimentos milagrosos e messiânicos.

Houve também o apoio britânico e a facilitação de um Estado para os colonos sionistas no século XX.

Há o inabalável apoio americano a Israel, a profunda afinidade entre os colonos no Médio Oriente e as colónias das Américas.

Pretendo centrar-me numa outra resposta, uma resposta que se mantém nas atrocidades geradoras da Faixa de Gaza, na destruição que foi indispensável para a criação do território israelense e nas expulsões que foram necessárias para a constituição de civis israelenses e para o desvanecimento dos sujeitos palestinos. Parece-me que dispomos agora de ferramentas críticas para seguir e condenar a desestabilização da categoria jurídico-política do civil, uma desestabilização que permitiu a morte de sujeitos inocentes e sem culpa, seja no Afeganistão, no Iraque, na Síria ou no Iémen, para mencionar apenas alguns exemplos recentes. Mas talvez precisemos de reflectir mais sobre a construção da figura do civil e da noção de normalidade civil, as condições territoriais e discursivas que são necessárias para cultivar vidas civis e a sua distribuição desigual. Proponho que a conquista colonial de ocupação (settler colonial) e a territorialização da terra não se restringe ao contexto dos acontecimentos actuais, mas são forças que produzem e estabilizam categorias específicas, incluindo a do civil. Há poderes envolvidos no fazer e desfazer do civil, e não apenas no facto de este ser alvo de violência. Na Palestina, este poder é um exercício de territorialização colonial de ocupação, uma vez que tem estado entrelaçado com a remoção, o assassínio e o enclausuramento em curso dos palestinos.

Seja-me permitido desvendar este ponto, voltando à Faixa de Gaza, local de novas tentativas de obliteração dos palestinos e de territorialização de um Estado sionista chamado Israel. Recordemos que, antes de 1948, a Palestina não tinha uma área chamada Faixa de Gaza. Havia, isso sim, uma área muito maior chamada Distrito de Gaza. Durante a guerra de 1948, as forças sionistas conquistaram a maior parte do distrito de Gaza, destruíram 49 aldeias e deslocaram a população à força. Apenas 365 km2 foram poupados à conquista. Posta sob domínio administrativo egípcio, esta extensão do território passaria a ser conhecida como a Faixa de Gaza e receberia 200 mil refugiados palestinos que iriam habitar em 8 campos de refugiados. Em 1950, Israel retirou os que viviam à volta dos campos para o território que era agora de Israel, despovoou a aldeia palestina de Majdal e começou a cercar a faixa, criando colonatos que a delimitavam e cercavam.  Estes colonatos foram o palco dos acontecimentos deste fim-de-semana. Já nessa altura, os palestinos tentaram regressar às suas casas e terras. Também tentaram ataques armados contra os colonatos construídos nas terras dos refugiados. Para manter o seu domínio territorial sobre os colonos, Israel recorreu a ainda mais violência. Em 1953, por exemplo, foi iniciada uma grande operação militar, e Israel massacrou 50 pessoas. Em 1956, Israel ocupou a Faixa pela primeira vez. Em Khan Yunis, os soldados capturaram e abateram centenas de palestinos. Em 1967, Israel voltou a ocupar a Faixa de Gaza e permaneceu como ocupante de terras até se tornar um agente do bloqueio. Ao longo de toda esta história, Israel aplicou uma série de medidas de pacificação contra a luta anticolonial dos palestinos em Gaza: detenções sistemáticas, demolição de casas, pressão económica e deportações; os rebeldes foram presos, dezenas foram sumariamente executados. Desde então, os campos de Gaza, mesmo após 16 anos de bloqueio, continuam a estar no centro da resistência contra aquilo que o Estado colonial quer impor, como um cerco fatal e eterno.

Noutros locais da Palestina, semelhantes operações militares-coloniais garantiram a construção de território israelense onde ele não existia, o que teve como resultado a extrema desterritorialização da Palestina – ou seja, a sua destruição. Por exemplo, apesar da destruição generalizada e das expulsões em massa em 1948, quase 160 mil palestinos permaneceram na terra em que Israel demarcou o seu território. Em breve seriam submetidos a regime militar. Foram acantonados, os seus meios de subsistência confiscados e impedidos de alcançar os seus campos. Utilizaram-se munições reais para impedir a chamada «infiltração» de palestinos que queriam regressar dos seus locais de refúgio atrás da linha de armistício. Houve massacres. Levou-se a cabo a judaização da Galileia. Desde então, muitas outras práticas coloniais de ocupação (settler colonial) e estruturas de cerco, remoção e imposição de fronteiras, continuaram a confinar os palestinos, restringindo-os a pequenas extensões de território, e a disponibilizar o resto da terra para os israelenses. Daí as centenas de checkpoints militares que resultaram em centenas de comunidades palestinas fragmentadas e confinadas na Cisjordânia.

Apresento estes gestos históricos não com o objectivo de fornecer um contexto histórico para os acontecimentos actuais, mas para poder analisar a constituição entrelaçada do território e dos civis israelenses. À medida que o Estado sionista foi balizando as suas fronteiras, fortificando-as com colonatos e colonos armados, à medida que se foi territorializando, despovoando aldeias e cidades palestinas, destruindo-as, impedindo o retorno de refugiados palestinos e recrutando judeus de todo o mundo para povoar as novas colónias, à medida que foi fazendo o que noutras latitudes ia deixando de ser possível num mundo em processo de descolonização, então poderia começar a materializar a figura do civil e a noção de normalidade civilizada e armá-los como factos no terreno a serem defendidos. Em nome do civil, e para sua protecção, poderiam cometer-se as piores atrocidades.

Fundamental para esta noção de normalidade civil é a sua condição institucional-territorial de possibilidade: uma forma de Estado forte, com território permanente e fronteiras fortificadas. Israel tem-nos. Arrancou esta forma estatal pela força aos palestinos. Esta forma estatal tem instituições: Forças Armadas profissionais, uma força policial, um Ministério do Interior, um registo dos seus cidadãos e um Ministério da Defesa. Estas são apenas algumas das instituições que produzem e reproduzem a distinção entre civil e militar, mesmo quando o serviço militar nacional é obrigatório para todos os cidadãos judeus e israelenses, com apenas algumas excepções. A condição de possibilidade para estas instituições é a exclusão dos palestinos — em termos de entrada no país, direitos de residência, unificação familiar, acesso à terra, etc. —, a sua supressão, remoção, policiamento e confinamento. Estas instituições promoveram uma sociedade civil israelense, postura civil, pluralidade civil e normalidade civil. O colono, precisamente a figura através da qual se procedeu, tanto à territorialização do Estado sionista de Israel, como à expropriação e remoção dos palestinos, converteu-se também num civil.

A ocupação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza em 1967 foi fundamental para o estabelecimento da normalidade civil israelense. Os «territórios ocupados» sempre foram o terreno para activar o poder militar israelense, evitando assim que a violência da ocupação se intrometesse na vida civil israelense normalizada. Aí, a coberto da linha verde, Israel dirigiu o «conflito». Quanto mais violência militar dos colonos existir na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, mais normalidade civil existirá em Israel, e mais a noção de normalidade civil se poderá transformar em arma para justificar mais violência na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Mas as operações de purificação e normalização da linha verde nem sempre ficaram isentas de contestação. Os palestinos sempre compreenderam que a condição de possibilidade para este estado de normalidade civil, dentro da linha verde, consistia na destruição da existência dos palestinos na terra e a proibição do seu regresso a ela. Assim, sempre houve violações dos limites impostos e operações para desfazer a fronteira: aquilo a que os palestinos chamam «retorno».

Entretanto, a reivindicação palestina pelo estatuto civil ou de normalidade civil tem-se debatido com inúmeros desafios. A sociedade palestina foi destruída em 1948. Os territórios ocupados em 1967 foram deliberadamente fragmentados, desligados e separados por colonatos. Não existe Estado formado, Forças Armadas regulares, profundidade de território, nem postura civil. Em vez disto, são muitos os campos de refugiados, as famílias despossuídas e pessoas envolvidas em conflito. Tudo o que poderia contribuir para a normalidade civil é actualmente alvo da ocupação israelense, desde casas e escolas a ONGs, centros culturais e universidades. Quando comparada com o outro lado da linha verde, a vida na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, os contentores da violência de Israel contra os palestinos, não pode manifestar a normalidade civil.

Mas há mais. O ethos civil, por uma questão de sensibilidade liberal, exige inocência, passividade política, falta de movimento e fixidez. Aos olhos do Ocidente liberal e civilizado, espera-se que o civil seja alguém pacífico, passivo e inocente, que deve rejeitar a revolta. Os palestinos, enquanto refugiados, sujeitos resistentes, politicamente comprometidos, olham na direcção da terra de onde foram expulsos e aspiram a seguir na sua direcção. O seu desejo é não estarem limitados a um cerco, por isso não cumprem os requisitos de tal ethos. A sua justa recusa do confinamento, a firme rejeição do cerco, a esperança isenta de desespero de regressar à terra de onde foram expulsos, violam esse ethos liberal. Os seus sonhos e aspirações tornam-nos obliteráveis aos olhos daqueles que valorizam a normalidade civil, apesar do seu pesado impacto sobre os outros. Portanto, não pode haver qualquer emoção perante a perspectiva do seu extermínio. Muito pelo contrário. Em nome da normalidade civil, o não-civil terá de ser obliterado.

Por um lado, temos, então, um Estado com um dos exércitos mais avançados à face da terra, um Estado que, ao invocar violações da normalidade civil, pode mobilizar forças militares destruidoras com o apoio da maioria dos membros da comunidade internacional. O sofrimento da comunidade civil deste Estado é evidente e provoca repúdio. Por outro lado, temos um povo palestino colonizado, ocupado, sem Estado e desterritorializado, sem Exército regular, com um território disponível de dimensões assaz modestas e que, por se atrever a resistir à devastação colonial dos ocupantes, não dispõe de uma normalidade civil que possa invocar e armar. A sua luta desencadeia escasso apoio internacional. Por um lado, temos um Estado colonial de ocupação (settler colonial) autoterritorializante, construído através da limpeza étnica do território, que realiza operações extraterritoriais destrutivas para se reterritorializar contra aqueles que continua a expulsar e a confinar; as suas operações são apoiadas a nível internacional e fortificadas do ponto de vista militar. Por outro lado, temos os expulsos e confinados, que subsistem em condições extremas de desterritorialização e obliteração, tentando criar uma abertura no terreno ao chegar até ele a partir da periferia do território; estas pessoas estão condenadas.

Eis a cruel ordem internacional que nos cabe, com o seu mandato territorial sagrado e o seu regime de normalidade civil. Talvez seja altura de deixarmos — nós, que não queremos fazer o jogo dos Estados — de participar, contestar e solicitar do discurso colonial internacional, que deixe de afirmar os seus direitos e reivindicações, os seus termos e formas. Só então poderemos começar a viabilizar uma vida que não pode senão lutar contra o domínio colonial sobre o território, procurar a destruição das fronteiras e recusar as condições de confinamento e privação necessárias à normalização da colónia de ocupação (settler colony). Construir esta vida para além da territorialização e da normalidade civil é criar uma abertura na linguagem, na política e na ética, uma abertura que excede a cartografia colonial e a ordem internacional que a permite.

 

 

Samera Esmeir

Jurista, doutorada em direito e sociedade pela Universidade de Nova Iorque, é professora associada do Departamento de Retórica da Universidade de Califórnia, em Berkeley. A sua investigação e ensino centram-se na intersecção do pensamento jurídico e político, da história do Médio Oriente e dos estudos coloniais e pós-coloniais. O seu foco principal tem sido investigar como o colonialismo moderno tardio administra lógicas e gramáticas jurídicas liberais que moldam a praxis política atual, e como estas persistem na era pós-colonial em diversos países do Médio Oriente. Sobre este problema publicou Juridical Humanity. A Colonial History (2012, Stanford University Press), onde examina o modo como os poderes jurídicos coloniais reconfiguraram o conceito do humano na relação com a lei. Atualmente trabalha num segundo projeto The Struggle that Remains. Between World and International onde teoriza a emergência da palavra internacional em contraposição à palavra mundo e analisa a relação entre guerra e revolução no contexto das diferentes tradições jurídicas (incluindo o direito internacional), procurando deste modo rastrear as mudanças nas sensibilidades e nas teorias jurídicas, e compreender o direito das lutas que perduram no presente.

 

Nota da autora

Agradeço a Reem Al-Botmeh, Basit Kareem Iqbal e Ramsey McGlazer pelos seus comentários relativamente a este ensaio. Estou também grata pelas discussões colectivas com Helen Kinsella e Murad Idris sobre a questão do civil.

 

Nota da edição

Este texto inaugura uma colaboração entre o jornal Punkto e a editora KKYM + P.OR.K a propósito do projecto (un)common ground e da exposição Terra Estreita que inaugura no próximo dia 24 de Fevereiro no CIAJG, em Guimarães; uma exposição que tem como curadores João Francisco Figueira (coord.), Marlene Monteiro Freitas, Miguel Figueira e Vítor Silva. O texto de Samera Esmeir foi publicado em 2023 no site do (un)common ground (onde pode ser descarregado), acompanhando uma exaustiva e ímpar colecção de textos de reflexão sobre o conflito e a ocupação israelita da Palestina. A tradução do texto é de Hugo Pinto Santos (com revisão de João Francisco Figueira, Fátima Martins e Vítor Silva). O texto original «To say and think a life beyond what settler colonialism has made», pode ser lido aqui.

 

(un)common ground

 (un)common ground investiga a inscrição artística e cultural do conflito que opõe autóctones e colonos quanto à pertença, posse, controlo e poder no território de Israel/Palestina, constituindo o palco e objecto da disputa. www.unground.pt Um projecto com apoio DGARTES | República Portuguesa, Ministério da Cultura, Direcção-Geral das Artes.

 

Imagem

Imagem a partir de Elia Suleiman, The time that remains, 2009 [a escolha da imagem é da responsabilidade da edição do Punkto]

 

Ficha técnica

«Dizer e pensar uma vida para além do que o colonialismo de ocupação fez» • Samera Esmeir

Data de publicação • 22.02.2024

Edição #41 • Inverno 2024