Vozes de Sumud: Identidade na Resistência • Entrevista a Sami Huraini





Paulo Ávila & Beatriz Blasi Youth of Sumud (Juventude de Sumud) é o nome de uma iniciativa de resistência popular que ajudaste a criar. Podemos começar com a palavra Sumud, um termo árabe de tradução difícil, mas que está intimamente ligado a valores como “resiliência” ou “perseverança”. Os palestinianos foram privados das instituições e infra-estruturas que normalmente erguem e consolidam uma identidade nacional unificada. No entanto, perante a violência, a opressão e a fragmentação impostas pela colonização israelense, a identidade palestiniana persiste. Podias começar por falar sobre a importância desta palavra e sobre como essa cultura e identidade têm resistido perante as adversidades esmagadoras?

Sami Huraini — Fundámos este pequeno grupo local de jovens chamado Youth of Sumud em 2017. Eu e outros jovens activistas de Masafer Yatta. Estamos envolvidos no trabalho de resistência popular contra a ocupação. A palavra Sumud é uma palavra muito importante e carregada de significado para o povo palestiniano. Sumud significa “resiliência”, significa “firmeza e perseverança na terra”, apesar de toda a agressão da ocupação. Vivemos uma situação difícil em Masafer Yatta, por causa da ocupação israelense, com assédio diário e políticas que têm como objectivo desenraizar-nos da nossa terra. As nossas comunidades não estão ligadas à rede de abastecimento de água; não há estradas, não há vias de acesso em condições; não há electricidade. Neste momento, o fornecimento de electricidade nestas comunidades depende de algumas horas de energia solar por dia. Enfrentamos demolições, violência por parte dos colonos e intimidação por parte do exército. Apesar de tudo isto, persistimos e permanecemos na nossa terra. E isso é Sumud, isso é resistência. É a história diária de resistência que continuamos a escrever na nossa terra e na nossa casa. Para todo o povo palestiniano, é uma palavra muito importante pelo profundo significado que carrega, pelo que fazemos e pelo que todos os palestinianos fazem todos os dias: desafiar e resistir à ocupação.

PA & BB — Uma das iniciativas da Youth of Sumud é o plantio e o cuidado das oliveiras — uma árvore que nos une em torno do Mediterrâneo e que se tornou um símbolo da resistência palestiniana. Por essa razão, a oliveira é também um dos principais alvos dos ataques dos colonos. Cuidar das oliveiras ou queimá-las: dois actos que reflectem formas opostas de se relacionar com a terra. Pertencer à terra ou tratá-la como propriedade. Gostaríamos de partir desta metáfora para compreender o papel da cultura, num sentido mais amplo, na resistência popular à colonização. Para além disso, que culturas trazem consigo os colonos? E que culturas estão a tentar impor ou usar para “substituir” a cultura palestiniana?

SH — De novo, uma coisa importante sobre a Youth of Sumud é o nosso trabalho e o modo como apoiamos a luta diária, a sumud diária do nosso povo contra a ocupação. A cultura palestiniana e os palestinianos estão profundamente comprometidos com a terra, com o cultivo da terra, através do plantio de oliveiras, entre outras árvores, e também de diferentes tipos de plantações sazonais, como trigo e alho, especialmente na minha região, devido à escassez de água. Por exemplo, na minha área somos historicamente conhecidos pelo pastoreio e por certos tipos de plantações sazonais. Essas duas coisas fazem parte de um todo. É por estas coisas que somos conhecidos, e elas fazem parte da nossa cultura em Masafer Yatta. Existe uma estação para o florescimento e uma estação para a colheita, quando famílias, vizinhos e toda a comunidade se reúnem sob o pretexto dos ciclos de plantio e colheita. O mesmo acontece com as oliveiras.

No movimento e na iniciativa da juventude, como vocês sabem, temos um programa que acompanha todo o ciclo, para estarmos presentes a proteger a terra. Plantar e trabalhar a terra em geral são formas de protegê-la de ser roubada pelos colonos e confiscada pelo exército. Por isso, essa prática também é combatida pela ocupação. Eles continuam a destruir o que plantamos, a destruir e a queimar, porque querem apagar qualquer vestígio da nossa identidade nesta terra. Porque a terra cultivada representa e é um ícone da resistência palestiniana. A oliveira é um símbolo do vínculo dos palestinianos com a terra, do seu enraizamento profundo. É por isso que tanto os colonos como o exército combatem isso. Eles querem apagá-lo.

O que é mais importante compreender é que os colonos israelenses, os israelenses, são colonos. O que significa que são pessoas sem identidade. Eles chegam e tudo o que fazem é roubar. Estão a roubar a nossa identidade. Por exemplo, quando falo sobre os ciclos de colheita, quando falo sobre como as pessoas se ajudam mutuamente ou sobre as ovelhas — como agora no Verão, que é a época de tosquiar a lã, e as comunidades se reúnem, com boa comida, os colonos estão agora a roubar essa cultura. Eles estão literalmente a roubar essa cultura — filmam-na e promovem-na como se fosse a sua própria herança desde há décadas. E isso é algo que vemos com os nossos próprios olhos.

O nosso povo é conhecido pela sua herança, por exemplo, por viver em cavernas tradicionais. Isso faz parte da nossa cultura, parte de quem somos. Na minha região, os colonos fizeram o mesmo: roubaram as cavernas, também vivem nelas e reclamam que isso faz parte da sua herança. Para os colonos, tudo gira em torno do roubo. Até coisas simples, como fazer chá no fogo enquanto os pastores estão no campo. Eles também roubaram isso, até esse tipo de cultura quotidiana. Quando vou às compras, vejo os pastores que carregam um bule de chá, copos, tudo, no burro que levam para cuidar das ovelhas. Eles servem chá a quem passa ou a quem os visita. Os colonos estão a copiar isso também. É realmente um grande roubo. Eles não têm uma herança própria, e por isso tentam roubar a nossa, até o pastoreio. O pastoreio faz parte da nossa herança e agora eles estão a trazer ovelhas e dizem que também são pastores. Fingem viver exactamente como nós.

PA & BB — A violência dos colonos — frequentemente praticada por indivíduos armados e apoiados pelo exército — é uma realidade diária. As organizações de que fazes parte baseiam-se na acção popular directa e na solidariedade a vários níveis, incluindo a protecção. Sabemos que entre as vossas acções estão o acompanhamento de crianças à escola, ou dos pastores no seu trabalho, tentando estar presentes sempre que há ataques dos colonos. Dada a frequência desses ataques, e considerando que o movimento na área é restringido pelo exército, como é que se organizam para responder a essa necessidade constante?

SH — Vivemos a nossa vida quotidiana constantemente sob violência dos colonos e assédio do exército. Isso é um esforço totalmente coordenado entre colonos e militares. Eles complementam-se e reforçam-se para levar a cabo a limpeza étnica e para nos forçar a sair da nossa própria terra. Diariamente, tentamos organizar-nos — tanto por conta própria como com activistas internacionais — para estar presentes na minha região. Saímos todas as manhãs e noites com os pastores quando eles vão para os campos. Estamos a organizar programas diários nesta área. Normalmente, estamos em contacto com as pessoas antes de se dirigirem às terras nas proximidades de colonatos. Estamos presentes lá, filmamos, usamos os nossos próprios corpos, e também pedimos aos activistas internacionais —  pelo privilégio de serem internacionais —  que tentem impedir a agressão. Nós, como palestinianos, precisamos de protecção internacional, mas ela não existe. Então, tentamos fornecer essa protecção por meio da nossa própria coordenação e presença, para resistir à violência contínua. Isso é o principal.

Não temos garantias de segurança, mas temos um objectivo: continuar a estar na terra. É assim que fazemos — estamos presentes, documentamos, filmamos, publicamos e usamos esse material, de alguma forma legal, para apoiar os agricultores. É mais um trabalho popular, como lhe chamamos. É muito importante. Mesmo que sejamos presos, espancados, aconteça o que acontecer, temos de continuar a estar na terra.

A questão principal é manter esse programa para que possamos continuar a defender os nossos direitos e a nossa terra, apesar de toda a violência e agressão. Vemos que, quando o exército e a polícia chegam, depois dos ataques dos colonos, na maioria das vezes somos nós — os palestinianos — que somos presos, mesmo quando tudo está filmado, e quando está documentado que fomos nós os atacados. Mas esses são o mesmo exército e a mesma polícia que apoiam os colonos, e só aceitam a versão dos colonos, porque representam a ocupação e colonização da nossa terra. Então, todos estes programas e estas actividades fazem parte da luta diária que mantemos nas nossas vidas. Tentamos sustentá-la nós mesmos, como activistas, com o apoio de activistas internacionais que podem estar connosco, presentes no campo.

PA & BB — Além da violência directa, a colonização impõe outros problemas estruturais às comunidades palestinianas, como a privação de recursos e bens essenciais, demolições de casas e obstáculos legais para reconstrução, além de questões como falta de acesso à saúde e à educação. Qual o papel das iniciativas populares frente a esses desafios sociais?

SH — Temos implementado diferentes programas, acções e actividades para apoiar a luta diária do nosso povo pela terra. Temos trabalhado bastante na renovação das cavernas ou na construção de outras novas, em casos de demolições de casas. Os nossos membros tentam oferecer refúgio, proporcionando algumas formas de protecção para as casas, como por exemplo, protecções metálicas nas janelas, para tentar evitar que as crianças sejam atacadas.

Tentamos trabalhar bastante na gestão e na organização de visitas diplomáticas à região, para continuar a consciencializar, mantendo a voz activa e expondo a nossa realidade. Fazemos muito trabalho de advocacia, a diferentes níveis, com diplomatas, com a meios de comunicação, de diversas formas. Vamos, passamos a noite com as comunidades — com activistas internacionais e sem eles — enfatizando a importância de estarmos juntos, compartilhando calor, alegria e solidariedade como povo palestino, e também com os activistas internacionais, tentando dar força uns aos outros para continuar a resistir e a defender a terra.

Providenciamos outros apoios, ao pagar fianças e multas às pessoas quando são presas, para que não percam muito dinheiro pessoalmente e para que isso não se torne em mais um peso para as comunidades e os indivíduos. Qualquer coisa que ajude a aliviar o sofrimento, nós estamos sempre lá. Estamos sempre presentes, com os nossos próprios corpos, com as nossas próprias câmaras, oferecendo todo o apoio que pudermos, até mesmo coisas simples como dar presentes às crianças ou ajudar a construir escolas e fazer parte desse processo. É realmente muito trabalho, e tudo isso faz parte de apoiar a resistência diária do povo.

PA & BB — A categoria de “terrorismo” tem sido historicamente utilizada por potências coloniais e tem sido incansavelmente instrumentalizada pelo regime sionista para negar o genocídio em curso. Esta semana, ouvimos um porta-voz das Forças de Ocupação de Israel, Effie Defrin, dizer que o exército está preparado para “defender” os israelenses  do barco Madleen — uma pequena embarcação com 12 tripulantes que se solidarizam com a luta palestiniana e estão a tentar entregar ajuda humanitária a Gaza. Se um veleiro assim é considerado uma ameaça pelo exército, devemos concluir que não é preciso muito para ser rotulado de “terrorista”. Sabemos que foste sequestrado e preso pelo exército, e até recebeste uma pena suspensa de um ano pelo Tribunal Militar, e, certamente, testemunhaste muitos casos semelhantes. Com base na tua experiência, que acções são consideradas ameaçadoras, criminosas ou terroristas pelas forças de ocupação, ainda que o direito internacional reconheça direitos na resistência à ocupação?

SH  Para a ocupação israelense, todos os palestinianos são terroristas e qualquer pessoa que apoie o povo palestiniano ou é terrorista ou é anti-semita. Essa é a linha que eles traçam. E estão sempre a dividir as pessoas de acordo com essa divisão que eles mesmos criaram. Porque eles têm um lobby poderoso e uma propaganda forte, que usam para impulsionar essa narrativa. Para eles, nós, palestinianos, somos sempre vistos como terroristas. Para eles, quem nos apoia ou é terrorista ou anti-semita. Isto é uma maneira extremamente repugnante e injusta de tentar distorcer a própria realidade.

Somos seres humanos. Estamos a lutar para viver na nossa terra com dignidade e liberdade. Por essa razão, somos sempre rotulados como terroristas. Quando nos levantamos, quando protestamos para exigir a nossa liberdade e os nossos direitos básicos, somos presos, postos na prisão e acusados de crimes totalmente fabricados. Mas são eles que controlam o sistema. São eles que criam essas leis. No sistema dos Tribunais Militares, os juízes colocam-nos sempre na categoria de criminosos, independentemente de termos feito algo ou não. Eu fui preso por participar — e organizar — uma manifestação, na sequência do assassinato do meu vizinho Harun Abu Aram. Ele foi baleado, ficou paralisado por dois anos e depois faleceu. Ainda assim, os soldados israelenses que o assassinaram permanecem livres. E, então, porque tomei a iniciativa de exigir justiça, fui preso e criminalizado. E é assim a nossa vida diariamente.

Mesmo hoje, o barco que está a caminho de Gaza carrega, claramente, ajuda humanitária e uma mensagem humanitária que visa romper o cerco. O cerco é a razão pela qual as pessoas em Gaza estão a morrer à fome e a viver em condições terríveis. É obrigação dos Estados agir. Parar este genocídio, acabar com o cerco. Mas, ao mesmo tempo, vê-se como Israel espalha propaganda sobre isto, alegando que as 12 pessoas a bordo são anti-semitas e vêm apoiar o Hamas. Vê-se como distorcem a verdade, como mudam a narrativa para manter as pessoas presas aos mesmos rótulos: terroristas, anti-semitas. É uma maneira realmente prejudicial de usar essas acusações contra causas humanitárias e de liberdade, especialmente no caso da causa palestiniana.

É por isso que, para muitas pessoas, tudo isto parece sempre complicado. Acham difícil posicionar-se ao lado da Palestina porque têm medo que Israel use essas acusações contra elas. Mas não! É preciso lutar! Porque entendemos que esta é a verdade. Esta é a realidade que estamos a viver. Estamos a viver um genocídio. Estamos a viver uma situação muito grave, em que Israel manipula e distorce completamente a narrativa como bem entende — com total apoio dos EUA — para alterar a realidade e a verdade dos factos, para justificar a sua opressão e os seus crimes. Isto é totalmente inaceitável, e precisamos de compreender que temos de continuar a lutar.

PA & BB — Podes actualizar-nos sobre como tem evoluído a situação na Cisjordânia, desde que estiveste aqui em Portugal no ano passado? Diante do aumento conhecido da violência, tanto por parte do exército quanto dos colonos, como evoluiu o papel das organizações — aquelas em que estás envolvido e outras — em lugares como Masafer Yatta? Ainda há activistas internacionais no terreno? Que tipo de apoio seria mais útil neste momento para a luta palestina, especialmente por parte de pessoas com cidadania portuguesa, por exemplo?

SH — Desde que regressei à Palestina e a Masafer Yatta, a situação tem piorado a cada dia. A cada dia, as coisas ficam mais e mais difíceis. Hoje, na minha região, duas pessoas foram presas — uma delas foi espancada. Outro homem, também da minha área, foi agredido por colonos. Eu mesmo fui levado à esquadra da polícia para um interrogatório. Um interrogatório injusto e sem fundamento, simplesmente por causa do meu movimento e das minhas actividades na minha própria terra. Isto é um dia normal em Masafer Yatta. Todos os dias há ataques. Todos os dias há assédio. Essa é uma situação contínua. Israel consegue fazer isto por causa da impunidade. A agressividade, a violência e os crimes só aumentam porque a comunidade internacional falha em responsabilizar o regime. Por isso, pedimos a todos: continuem a falar sobre Masafer Yatta. Falem sobre a Palestina. Falem sobre o genocídio que está a acontecer.

Estou aqui para assumir uma posição mais real. Precisamos de acção real. Pedimos às pessoas em Portugal e em toda a Europa que exijam aos seus governos — que exijam aos seus políticos — que cumpram as suas obrigações em relação à Palestina de forma justa e imparcial. Não de uma forma politicamente tendenciosa, que se preocupa apenas com as relações com Israel e ignora o facto de estarmos a ser massacrados e mortos todos os dias sem qualquer responsabilização. O que estamos a pedir é que Israel seja responsabilizado. Essa é uma missão para o mundo todo: implementar as resoluções e as decisões internacionais que já foram tomadas em relação à Palestina. Esse é o mínimo. Pelo menos, se o mundo afirma respeitar o direito internacional, então deve aplicar as convenções e os acordos que assinou, deve posicionar-se ao lado da Palestina e responsabilizar Israel. Essa é a principal demanda que continuamos a fazer para mudar a posição dos governos da comunidade internacional.

E também é preciso acabar com a hipocrisia, porque há muita hipocrisia em relação a nós. E esse é um dos principais problemas. É por isso que o nosso sofrimento nunca acaba: por causa da hipocrisia que envolve a causa palestina, enquanto todos continuam a ser amigos de Israel. Isso é injusto e inaceitável.

PA & BB — Há algo que gostarias que fosse dito com mais frequência? Algo que raramente tem espaço em entrevistas ou na cobertura dos meios de comunicação internacionais?

SH — Acho que o trabalho do jornalismo é muito importante, e todos deviam acreditar num jornalismo livre e não ficar presos numa narrativa única, especialmente naquela promovida pelos principais meios de comunicação, que pertencem aos governos e que muitas vezes não contam toda a verdade sobre a situação. Esses meios de comunicação estão sempre a adoptar uma versão da história — até mesmo a dos colonos na Cisjordânia — para divulgar o ponto de vista dos colonos, porque a política dos seus governos os obriga a fazer isso. É por isso que pedimos a todos os que trabalham nos meios de comunicação: é fundamental distinguir e compreender a diferença entre a ocupação e o ocupante e o povo que vive sob ocupação. Quem é o opressor e quem é o oprimido, quem é o povo ocupado. Isso é algo muito importante para ter em mente e para ter como base da acção. Estamos a lutar por liberdade, estamos a lutar por justiça. E todos deviam compreender essa realidade, não cair na narrativa dos sionistas e da ocupação e parar de dizer que existem “dois lados iguais”.

A nossa voz, como palestinianos, deve e precisa de ser ouvida. Estamos a sofrer. Não há nada de igual entre o povo que está sob ocupação e aqueles que são os ocupantes. Israel é apoiado por todas as potências militares e por todas as armas do mundo — especialmente pelos Estados Unidos — e eles usam isso para nos combater. Enquanto isso, nós somos pessoas que lutam todos os dias, apenas com a nossa própria terra, com os nossos próprios corpos, contra um sistema militar totalmente equipado e armado. E isto, claramente, não é uma questão de dois lados iguais. Isto é uma ocupação. As pessoas estão a viver sob ocupação. Nós precisamos realmente que as pessoas ajudem, que entendam e aprendam mais, para que possam ter uma visão clara, compreender a realidade e participar. Porque precisamos que as vozes das pessoas em todo o mundo estejam connosco.


 

Sami Huraini

Sami Huraini é natural de At-Tuwani, uma aldeia palestiniana na região de Massafer Yatta, no sul da Cisjordânia. É membro da direção da Popular Struggle Coordination Committee (PSCC) e membro fundador da Youth of Sumud, um movimento de resistência popular não violenta contra a ocupação israelense e a expansão dos colonatos, bem como contra os ataques e intimidações levados a cabo por colonos contra as populações locais — muitas vezes com o apoio do exército israelense.

 

Nota da edição

A realização, transcrição, tradução e edição da presente entrevista esteve a cargo de Beatriz Blasi e Paulo Ávila, tendo a mesma sido realizada a 7 de Junho de 2025.


Imagem

Postal com uma oliveira e com a inscrição em árabe باقون وللأبد, que pode ser traduzida como “ficaremos para sempre”. Fonte: https://decolonialcentre.org/2024/09/26/rooted-resistance-in-palestine/


Ficha técnica

Vozes de Sumud: Identidade na Resistência Entrevista com Sami Huraini

Data de publicação • 16.06.2025

 Edição #43 • Inverno-Primavera 2025