EDITORIAL


O ponto não é estabelecer um sistema de referências, instituir leis, consumar um mecanismo. Digo que o ponto é propiciar o aparecimento de um espaço, e exercer então sobre ele a maior violência.
Herberto Helder, Photomaton & Vox



ENGLISH VERSION
As coordenadas são aparentes! Não interessa a posição do ponto mas sim a força que ele produz, o espaço que ele abre na paisagem do real. Este número zero pretende contribuir para uma noção não-cartesiana do ponto. Pensando o seu sentido/significado a partir de quatro hipóteses anti-geométricas. Do ponto como marcação de um início (abertura de um espaço): do ponto como força e distúrbio (talvez criador); do ponto como rede (pontos que se agregam a outros pontos), mas acima de tudo, do ponto como algo que aparece, que sobrevém na paisagem inquieta do real, uma singularidade.

As contribuições que aqui se apresentam saem destas coordenadas e destroem-nas.


// Reflectem sobre a natureza criativa que o ponto representa/assinala na paisagem da produção arquitectónica/artística: Álvaro Seiça Neves, Pedro Bismarck,

// Assinalam estratégias de construção/pensamento que envolvem a singularidade comunicante e conectiva do ponto: Pedro Oliveira, André Sier.

// Compreendem o papel da crítica como (re)produção e (re)conhecimento de pontos criativos: André Tavares, Bernardo Amaral.


In 1921, in L’Esprit Nouveau, we too had gone back to zero in order to try to see things clearly. But if we did go back to zero, it was with the intent not to stay there, but only in order to reestablish our footing

Le Corbusier

ARTIGOS:

ÁLVARO SEIÇA NEVES

ANDRÉ SIER

PEDRO OLIVEIRA

PEDRO LEVI BISMARCK

ANDRÉ TAVARES

BERNARDO AMARAL