Dípticos da aldeia radiante. De como o Corbusier explicaria certas coisas que se vêem (2) ▬ Álvaro Domingues




1.
«Se esquecermos um instante que um transatlântico é um instrumento de transporte e se o contemplarmos com novos olhos, sentir-nos-emos diante de uma manifestação importante de temeridade, de disciplina, de harmonia, de beleza calma, nervosa e forte…
A casa dos terrestres é a expressão de um mundo obsoleto de pequenas dimensões. O transatlântico é a primeira etapa na realização de um mundo organizado segundo o espírito novo.»

Le Corbusier. Por uma arquitectura (1923), Ed. Perspectiva, S. Paulo, 2001, p.68



2.
«O avião demonstra-nos como um problema bem colocado encontra a solução. Desejar voar como um pássaro é colocar mal o problema, e o morcego de Ader não despegou do solo. Inventar uma máquina de voar sem memórias associadas ao que quer que seja estranho à pura mecânica, isto é, procurar um plano de sustentação e uma propulsão, é colocar bem o problema e em menos de dez anos todo o mundo poderá voar.»

Le Corbusier, La Ville Radieuse (1935) - The Radiant City, 1967, Orion Press, New York, p.89.


Álvaro Domingues
Melgaço, 1959. É geógrafo e professor na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.

Notas da edição
Dípticos da aldeia radiante. De como o Corbusier explicaria certas coisas que se vêem” é uma revisitação de Álvaro Domingues a vários livros do arquitecto Charles-Édouard Jeanneret-Gris (Le Corbusier), entre eles o célebre livro “Ville Radieuse”. Selecção de excertos e fotografias pelo autor.

Ficha técnica
Data de publicação: 16 de Maio 2016
Etiqueta: Geografias \ cidades

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